Forte de Coimbra
Contexto histórico
Com a chegada de Cristóvão Colombo à América (1492), a corte espanhola começou a se preocupar em proteger legalmente as terras descobertas na América. O rei espanhol através da Bula Inter Coetera estabeleceu a posse de todas as terras descobertas a 100 léguas a oeste de Cabo Verde à Espanha. Através deste documento, Portugal ficaria sem a possibilidade de ter a posse de territórios na recém-descoberta América.
Como Portugal, assim como a Espanha, era uma potência militar e econômica da época, para evitar conflitos, espanhóis e portugueses resolveram abrir negociações para o estabelecimento de um novo tratado. Este deveria contemplar os interesses de ambos os reinos no tocante a descoberta, exploração e colonização das “novas terras”.
O Tratado de Tordesilhas (4 de junho de 1494) foi o primeiro acordo a estabelecer limites entre territórios portugueses e espanhóis na América. Posteriormente, bandeirante portugueses penetraram os domínios espanhóis expandindo o território, fazendo surgir a fronteira oeste no mato grosso colonial.
No Tratado de Madri (1750) Portugal baseou-se no princípio de uti possidetis, pelo qual a posse estaria firmada segundo a ocupação efetiva do território. O resultado foi o avanço dos limites até onde o bandeirismo havia chegado.
Para manter as áreas incorporadas foram instalados Fortes Militares que passaram a funcionar como reforço à defesa do território para além da linha de Tordesilhas.
Após a fundação do Forte de Coimbra (1775), em 1776, João Leme do Prado e oficiais de Coimbra, a pedido de Luís de Albuquerque, realizou uma viagem de reconhecimento de possíveis pontos para fixar povoados. Em 1778 foi fundado um povoado que recebeu o nome de Albuquerque, atual Corumbá. Pouco abaixo, aos poucos surgiu outro núcleo, que passou a ser conhecido como Ladário. Ainda em consequência da exploração, o capitão-general Miranda Montenegro mandou fundar o presídio de Miranda, em 1797, origem da atual cidade homônima.
A fundação do forte de Coimbra
A capitania de Mato Grosso em 1775 com sede do governo em Vila Bela, muito ao norte, decidiu voltar a atenção para a parte sul do seu território, porque essa região se achava despovoada e indefesa. Foi então que o governador da província D. Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres envia o Capitão Matias Ribeiro da Costa para construir um forte na margem direita do rio Paraguai.
A frota com 245 homens, em 15 canoas chega ao Estreito de são Francisco Xavier. Ali então, 44 léguas aquém do ponto que fora informado denominado Fecho dos Morros, o capitão plantou uma estacada a que deu o nome de Presídio de Nova Coimbra. Era apenas uma paliçada de madeira de Carandá, palmeira abundante na região. O equívoco foi benéfico, porque em Fecho dos Morros o forte não teria resistido. A posição no estreito de São Francisco Xavier foi considerada adequada, propiciando para nosso país uma série de vantagens.
O objetivo era conter o avanço dos espanhóis e as incursões de índios habitantes daquelas regiões, como os temidos guaicurus.
Dois anos depois da fundação, os ranchos do forte foram destruídos por um incêndio, matando um escravo doente.
Armadilha Fatal
Os Guaicurus índios aguerridos, dominadores dos campos e vias navegáveis do sul do Mato Grosso, eram hábeis cavaleiros e canoeiros. Décadas atrás haviam sofrido massacres, infringidos por expedições armadas enviadas a Cuiabá, passaram a observar aqueles que ali haviam se estabelecido, à espera de ensejos para vingar-se. Um certo dia, apresentaram a uns 300 metros do presídio, em grande número, simulando paz e reconciliação, levaram consigo as mulheres e produtos, para barganha. Quando os soldados se entretinham descuidadamente com as mulheres, trucidaram facilmente e sem luta 54 soldados.
Os militares de Coimbra passaram doze anos desde a fundação do presídio num trabalho permanente, tentando estabelecer alianças com os guaicurus. Uma vez pacificados, tornaram-se valiosos instrumentos militares.
A ação de Ricardo Franco
O Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra, foi nomeado comandante da Fronteira Sul do Mato Grosso, assumindo o comando do Forte de Coimbra, em agosto de 1797.
Foi sem dúvida, Ricardo Franco um dos mais destacados chefes militares portugueses no Brasil, pelo sua experiência, tenacidade, valor, bravura e equilíbrio. Com imensa atividade como geógrafo, cartógrafo e engenheiro, foi idealizador, projetista e construtor do forte em alvenaria. Em 3 de setembro de 1797 foi lançada a pedra fundamental do atual forte, construído ao lado da primitiva estacada.
De todos os antigos fortes fronteiriços que assinalaram e asseguraram a expansão do Brasil para o norte e para o oeste de todos eles, somente o Forte de Coimbra na barranca oeste do rio Paraguai, ao sul do mato Grosso desempenhou papel ativo nas operações de guerra, somente ele defrontou-se e lutou, valentemente, e por duas vezes, contra forças poderosas, muitas vezes superiores ao seu potencial bélico.
A guerra de 1801
Em 20 de maio de 1801, Portugal e Espanha entram em guerra. O governador de Assunção, Lázaro de Ribeira Y Spinosa pôs em prática seus antigos sonhos: expulsar, pelas armas, os portugueses instalados a oeste de Tordesilhas. Não fora o alerta do índio guaicuru Nixinica, que viu as embarcações castelhanas 387 km abaixo do Forte, Ricardo Franco teria sido atacado de surpresa.
O efetivo inimigo constituía-se de 600 homens de combate em terra; 100 compunham a guarnição das embarcações; 200 marchavam por terra (não chegaram); índio Paiaguás, 200. Total de 1100 atacantes! Ricardo Franco contou apenas com um canhão calibre 1 a com a lealdade de 49 bravos combatentes!
No dia 16 de setembro, antes que os espanhóis abrissem fogo, Ricardo Franco ordenou que sua peça mais poderosa abrisse fogo contra o invasor. No dia seguinte, Lázaro de Ribeira, após prolongado reconhecimento da posição, convicto de sua superioridade numérica, enviou seu ultimatum a Ricardo Franco, dando-lhe uma hora para render-se e entregar Coimbra.
Ricardo Franco respondeu com altivez: “Tenho a honra de responder categoricamente a V Exa que a desigualdade de forças sempre foi um estímulo que animou os portugueses, por isso mesmo, a não desampararem seus postos, e a defendê-los (...) repelir o inimigo ou sepultarem-se debaixo das ruínas dos fortes que lhes confiaram. Coimbra, 17 de setembro de 1801”.
Foram nove dias consecutivos resistindo a bombardeios, mas toda investida por terra fora ferozmente rechaçada pelos defensores do Forte. No dia 23 por causa de um intenso temporal, as operações foram suspensas. No dia 24, Lazaro de Ribera desistira de conquistar o forte. Voltava derrotado para Assunção com alguns mortos, feridos e até uma embarcação que fora atingida por um canhão do Forte!
A vitoriosa e heroica resistência de Ricardo Franco, barrando caminho às forças invasoras, impediu que caísse em mãos dos espanhóis todo o sul mato-grossense, o que acarretaria para Portugal a perda de territórios.
Ricardo Franco depositava em toda sua vida, a plena confiança em Nossa Senhora do Carmo, que nessa luta incrivelmente desigual, não permitira que nenhum dos seus comandados fosse morto ou ferido!
O construtor do Forte de Coimbra foi o maior fronteiro do oeste do Brasil-Colonial e é hoje um símbolo do dever e dedicação. Ricardo Franco morreu em 21 de janeiro de 1809, no interior do Forte, seus restos mortais repousaram por algum tempo no forte, até serem transladados para Vila Bela. Hoje eles se encontram em Coimbra, para repouso eterno, ao abrigo do solo e muralhas sagradas da legendaria fortaleza que idealizou, projetou, construiu e comandou.
O Forte de Coimbra na Guerra da Tríplice Aliança
A indisposição do Paraguai com Brasil por questão de território era antiga. Em 1862, assume o governo Paraguaio, Francisco Solano Lopes, que lançaria o bravo povo paraguaio na tresloucada aventura de entrar em guerra, a um só tempo, contra três países amigos!
A Guerra da Tríplice aliança foi um dos maiores conflitos ocorridos no Continente Americano, no século XIX. Foi no Forte de Coimbra que ocorreu a primeira ação armada contra território do Brasil. No dia 26 de dezembro de 1864, chega nas proximidades do Forte, poderosa esquadra inimiga sob o comando do coronel Vicente Barrios. No dia 27, as sentinelas brasileiras avistam uma cena aterradora: subindo o rio Paraguai 10 navios de Guerra paraguaios, armados com 39 canhões e 3.200 homens.
A guarnição brasileira era constituída de 115 artilheiro, 10 índios cadiuéus, 5 guardas da Alfândega de Corumbá, 5 colonos de Albuquerque, 18 presos, 1 operário contratado e 1 civil. Dos seus 31 canhões velhos, 11 estavam operantes, mas por conta do efetivo, apenas cinco poderiam ser usados. Os brasileiros também dispunham da canhoneira Amambaí, com dois canhões de 32 libras.
Comandava o forte o Capitão Benedito Jorge de Faria; no entanto assumiu o comando da resistência o Tenente-Coronel Hermenegildo Portocarrero, que inspecionava o Forte, acompanhado de sua esposa, D. Ludovina.
Confiante em sua força e ataque, Barrios intimidou o comandante do Forte a render-se, sem luta, no prazo de uma hora, caso contrário, o tomaria à força, restando a guarnição brasileira as leis do acaso.
O comandante paraguaio não contava que mesmo com um contingente 20 vezes menor, o patriotismo e o senso de dever dos brasileiros no Forte de Coimbra, compensaram essa enorme diferença numérica.
Portocarrero também inspirado no exemplo de Ricardo Franco, responde a Barrios, que somente pela sorte das armas, entregará ao Forte!
Uma hora depois de receber a resposta brasileira, o inimigo deu início ao ataque combinado terra-água, numa superioridade de 30x1. Portocarrero inicialmente não responde o ataque, esperando que o invasor ocupasse alguma posição de tiro mapeada no quadrilátero do rio, ao alcance de seus canhões (típico emprego de artilharia de costa).
Nesse meio tempo a canhoneira Amambaí, no qual estaria reservado heroico e decisivo papel, avançou sobre posições terrestres inimigas nas margens do rio Paraguai e abriu fogo. Tiro direto, causando baixas consideráveis, retornando a cada manobra, para mais perto do Forte.
Ás 14 horas, um batalhão paraguaio consegue progredir para bem perto das muralhas do Forte e tenta um avanço sobre elas. É barrado sobre forte fuzilaria e tiros de canhão dos defensores do Forte. Por cerca de cinco horas as forças guaranis tentaram interruptamente chegar a elas e ao anoitecer, cessam suas investidas e recuam para os navios. Esse ataque fez com que a guarnição do Forte de Coimbra consumisse 9.500 dos 12.000 cartuchos que dispunha.
Aproveitando o cessar-fogo, as mulheres sob liderança de D. Ludovina, confeccionaram 6.000 cartuchos durante a madrugada, usando tecido de seus vestidos. Por outro lado, assumiram os encargos de rancho e abastecimento às posições, para aumentar o número de soldados nas muralhas.
Barrios impressionado pela resistência inesperada decidiu endurecer o ataque e na manhã do dia 28 de dezembro de 1864, cerca de 700 homens desembarca, e os paraguaios chegam a uma parte das muralhas. Naquele ponto os defensores do forte detiveram as incursões inimigas a golpes de baioneta e tiros de fuzil à queima-roupa. Ainda assim, 8 paraguaios transpuseram a muralha: sete são mortes e um é capturado.
No auge da luta D. Ludovina passou, simbolicamente, o comando do forte à Nossa Senhora do Carmo, colocando a faixa de seda vermelha do uniforme de seu marido. Durante o desenrolar do dia, a vantagem numérica e a falta de munição no Forte de Coimbra começavam a fazer efeito. É nesse momento que o músico Verdeixas, por ordem de D. Ludovina, ergue por sobre as muralhas a Imagem da Protetora de Coimbra. Diante da confusão da batalha, de ruídos, estrondos e gritos, milagrosamente, brasileiros e paraguaios, ao verem a Imagem, cessam o fogo, e começam a dar vivas! “Viva Nossa Senhora do Carmo! ”, “Viva Nuestra Señora del Carmen! ”.
Porém, no cômputo feito pelos defensores do forte, manter a resistência seria impossível. A guarnição decidiu então pela retirada daqueles experientes e valentes brasileiros para lutarem mais tarde pela libertação das terras brasileiras ocupadas. A filha de Portocarrero foi a primeira pessoa a embarcar na canhoneira Amambaí, levando em seus braços a Imagem de Nossa Senhora do Carmo que salvara a guarnição!
A retirada de Coimbra rumo a Corumbá, saiu sem ser pressentida pelo inimigo. Depois da partida dos brasileiros, no dia 29, o Forte foi ocupado e em abril de 1868, foi abandonado pelos ocupantes sem receber reparos dos estragos que sofrera naqueles dias de 1864.
Retorno do Forte ao Brasil
Coimbra foi reconstruído com suas feições atuais no período de Jan de 1874-Jun 1878. em 2 de agosto de 1874, a milagrosa imagem de Nossa Senhora do Carmo retornou triunfalmente a Coimbra, via fluvial, sendo alvo, ao longo de todo o percurso e na chegada ao destino, de expressivas homenagens civis, militares e eclesiásticas.
Os Bravos de Coimbra
A primeira denominação dada à fortificação, por ocasião de sua fundação, em 13 de setembro de 1775, foi a de Real Presídio de nova Coimbra, que segundo relatos históricos, foi construída e mobilada por um efetivo de 245 homens.
De 1864 a 1868 a localidade de Coimbra foi ocupada pelos paraguaios e com o término da Guerra do Paraguai, foi reocupada e reconstruída, mantendo a denominação inicial e com efetivo de 50 homens.
Em 1900 foi alterada a sua denominação para Fortaleza de Coimbra, com efetivo aproximadamente de 70 militares. Em 1908. o Marechal Hermes, então ministro da guerra, criou a Bateria Ricardo Franco.
Com o reflexo da reorganização do Exército Brasileiro, também em 1908, implantou-se uma nova doutrina de Defesa de Costa e foi extinto o 3º Batalhão de Artilharia de Posição e criada a 4ª Bateria – Bateria Forte de Coimbra, com efetivo de 170 militares. Nessa ocasião, tornou-se necessária a utilização de instalações mais amplas, o que propiciou a desocupação do Forte e a mudança para as atuais instalações.
Em 1919 criou-se o 5º Grupo de Artilharia de Costa, com efetivo de duas baterias. Em 1936 reduziu seu efetivo a uma única Bateria, passando a ser denominada 1º Bateria do 6º Grupo de Artilharia de costa e forte de Coimbra, com efetivo aproximado de 193 militares.
Em 1942 recebeu o estandarte, o distintivo histórico e a denominação de Bateria Portocarrero.
No ano de 1974 foi inscrito no Livro do Tombo histórico e Livro Arqueológico, etnográfico e Paisagístico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Em 1992 transformou-se em uma unidade da Arma de Infantaria, tendo como primeira designação, a de 3ª Companhia do 17º Batalhão de Caçadores e Forte Coimbra, com efetivo de 214 militares.
Em 1994 foi concedida à Guarnição de Forte de Coimbra o Uniforme Histórico e no ano de 1996 recebeu a designação de 3ª Companhia de Fronteira e Forte Coimbra, ocasião em que passou ter autonomia administrativa e subordinação direta à 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, com efetivo de 284 militares.
Em 2002, recebeu a denominação histórica de 3ª companhia de Fronteira e Forte Coimbra – Companhia Portocarrero. Nesta oportunidade atingiu a marca de 289 militares.
Em abril de 2017 a 3ª Companhia de Fronteira e Forte Coimbra é desativada, se tornando um Pelotão Especial de Fronteira (PEF) subordinado ao 17º Batalhão de Fronteira, composto atualmente pelo menor efetivo da sua história.
Em agosto de 2018, através da Oficina Técnica – Desenvolvimento da Candidatura a Patrimônio Mundial do “Conjunto de Fortificações do Brasil” o Forte de Coimbra compõe a Lista Indicativa brasileira a Patrimônio Mundial da UNESCO.
Nossa Senhora do Carmo e os militares
Trazida pelo Capitão Mathias Ribeiro da Costa e substituída em 16 de julho de 1798 pelo Capitão Ricardo Franco, permanece até hoje na capela de Nossa Senhora do Carmo
Monte Carmelo fica junto ao mar mediterrâneo, entre a Samaria e a Galileia, na Terra Santa. O Profeta Elias cria a comunidade de eremitas, a Ordem Judaica dos Carmelos.
Os carmelitas sofreram muito nas mãos dos muçulmanos. Então no dia 16 de julho de 1251 o carmelita, Simão Stock orou à nossa senhora do Carmo, nesse momento ele recebe a visita da santa que lhe entregou o Escapulário dizendo: Recebe o Escapulário da tua Ordem, sinal especial de minha amizade e do privilégio que obtive para ti e todos os carmelitas. Aqueles que morrerem com esse escapulário não padecerão no fogo do inferno. É sinal e salvação, amparo e proteção nos perigos, e aliança de paz e pacto para sempre.
Preciosa relíquia do Exército Brasileiro, a Imagem de Nossa Senhora do Carmo do Forte de Coimbra, silente nos fala à alma sobre a belíssima história da fé em Deus e da confiança na Virgem do Carmo dos militares e civis do Forte de Coimbra, heróis e heroínas, mormente na hora de grandes batalhas.
Todos os anos a comunidade de Forte de Coimbra celebra no dia 16 de julho o Dia de Nossa Senhora do Carmo. Na festa, a imagem é carregada por uma guarda real com vestimentas de gala da época do Império durante a procissão, que segue da capela para a vila militar e termina no rio Paraguai.
Obras
De todos os antigos fortes fronteiriços que assinalaram e asseguraram a expansão do Brasil para o norte e para o oeste de todos eles, somente o Forte de Coimbra na barranca oeste do rio Paraguai, ao sul do mato Grosso desempenhou papel ativo nas operações de guerra, somente ele defrontou-se e lutou, valentemente, e por duas vezes, contra forças poderosas, muitas vezes superiores ao seu potencial bélico, inspirando diversas obras:
- General de Exército Raul Silveira de Mello possui alentada bibliografia sobre Forte de Coimbra e outros aspectos da História Militar das fronteiras em Mato Grosso e Rondônia. Dentre suas obras estão:
- A Protetora do forte de Coimbra - 1953;
- Coronel Ricardo Franco (Descobrimento de seus restos mortais) – 1953;
- História do Forte de Coimbra, volumes I, II, III e IV – 1958/1961;
- Um homem do dever – 1964;
- As Maravilhas da Padroeira do Forte de Coimbra – 1965
- Corumbá, Albuquerque, Ladário – 1966
- Para além dos Bandeirantes – 1968
- A Epopeia de Antônio João – 1969
- Heroicidade… e Fé. Edição Comemorativa ao bicentenário do Forte de Coimbra – 1972.
- General de Divisão Tasso Villar de Aquino, possui uma coleção invejável de trabalhos e condecorações.
- Forte de Coimbra Símbolo de Tenacidade, Valor e Bravura; Síntese das Mais Nobres Virtudes Militares. (Artigo)
- Major Engenharia Cláudio Moreira Bento, pesquisador de História das forças Terrestres Brasileiras, teve destacada atuação como Membro da Comissão de História do Exército Brasileiro.
- Forte de Coimbra, Dois Séculos de História, de Fé e de Glórias. (Artigo)
A Gruta Ricardo Franco
Tesouros da natureza, ecossistemas frágeis, repositórios de maravilhas, as cavernas brasileiras são ainda pouco estudadas, pouco conhecidas e sistematicamente ameaçadas. Assoreamento, destruição de espeleotemas, depósitos de lixo, muitos perigos correm as cavernas, a partir do momento em que são descobertas pelo homem.
Entre tantas maravilhas naturais, Coimbra ainda guarda uma magnífica caverna nos dias de hoje como “Gruta Ricardo Franco”. Situada a três quilômetros do Forte, ao fim de larga trilha, é uma das mais antigas em visitação registrada no Brasil. Por volta de 1850 o explorador francês Francis Castelneau a visitou e exprimiu seu espanto ante as maravilhas.
Misteriosas até hoje, no passado anterior à lâmpada elétrica as cavernas eram sempre plenas de lendas e temores. Por isso as denominações anteriores da Gruta Ricardo /franco: Gruta do Inferno, Boca do Inferno, e por aí vai.
É a 5ª maior do Estado de Mato Grosso do Sul, está entre as 50 maiores do país. Possui um lago natural no seu interior, com grande quantidade de magnésio, minério de ferro, uma espécie de camarão albino e presença de guano (fezes de morcego). Dentre as características de seu interior possui formações cônicas ou espiraladas conhecidas como estalagmite e estalactites que ocorrem em consequência da água que se infiltra acima do terreno rochoso da Gruta.
No interior da gruta próximo as escadarias do salão principal há escrita deixada pelo Marechal Rondon em sua passagem pela cidade.
“Capitão Rondon em visita à célebre gruta, penetrou pela primeira vez no dia 12 de Aristóteles de 115, em visita de reconhecimento para instalação das linhas telegráficas em forte Coimbra”. A data se refere a 09 de março de 1903.
Em julho de 2017 recebeu a expedição do Grupo Pierre Martin de Espeleologia (GPME), que teve como objetivo o remapeamento da Gruta Ricardo Franco (MS-001, Cadastro Nacional de Cavernas do Brasil). Na expedição foram observadas características e peculiaridades interessantes que a gruta apresenta com destaque para a Fauna, a Geologia, a História e Beleza Cênica. Foram descobertos diversos condutos ampliando ainda mais a extensão subterrânea conhecida.
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